FUNGOS CONIDIAIS ASSOCIADOS A FOLHAS EM DECOMPOSIÇÃO DE Clusia melchiori Gleason e C. nemorosa G. Mey EM FRAGMENTO DE MATA ATLÂNTICA, BAHIA, BRASIL

Os fungos conidiais constituem um grupo diversificado, com cerca de 15.945 espécies.
Contudo, pesquisas taxonômicas sobre esses fungos no Brasil permanecem escassas e
pontuais abordando, sobretudo, os decompositores de substratos vegetais. A Serra da
Jibóia, fragmento de Mata Atlântica inserido na Caatinga do Estado da Bahia, foi
selecionada como prioritária para conservação da biodiversidade. Visando contribuir
para o conhecimento dos fungos conidiais na área, folhas em decomposição de três
indivíduos de Clusia nemorosa, e C. melchiori foram coletadas bimestralmente de
outubro/2005 a junho/2006. No laboratório, as folhas foram lavadas, colocadas em
câmara-úmida e os fungos identificados em nível de espécie. Lâminas semipermanentes
e o material herborizado foram tombados nos Herbários HUEFS e URM.
Foram identificados 01 representante dos Coelomycetes e 78 Hyphomycetes, dos quais
12 constituem novos registros para o país: Anungitea globosa, Beltraniella amoena,
Dactylaria belliana, D. ficusicola, Dictyosporium bulbosum, Flosculomyces
floridaensis, Guedea novae-zelandiae, Gyrothrix magica, Idriella setiformis, Kylindria
pluriseptata, Pleurophragmium varieseptatum e Selenodriella fertilis e sete para a
Bahia: Beltrania querna, Clonostachys compactiuscula, Dictyosporium elegans,
Gyrothrix verticiclada, Pseudobotrytis terrestris, Sporendocladia bactrospora e
Stachybotrys parvispora. Associados às folhas de C. melchiori e C. nemorosa foram
registrados 69 e 44 táxons, respectivamente, com a similaridade de fungos entre as duas
espécies alcançando 60%. A maioria das espécies identificadas apresentou freqüência
esporádica e constância acidental. Os dados revelam a riqueza de fungos conidiais no
substrato estudado e contribuem para ampliação do conhecimento sobre a micota da
Mata Atlântica.

Download