Choca-da-mata ( Thamnophilus caerulescens )
- Sent by Rodrigo Girardi Santiago - 20/02/2007
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Identificação: o gênero Thamnophilus ainda é motivo de muitas controvérsias entre os ornitólogos que ainda não chegaram a conclusões bem fundamentadas sobre o status taxonômico de boa parte de suas espécies, inclusive a choca-da-mata. Seu nome em inglês, variable antshrike, diz muito sobre sua aparência, que é de fato muito variável. Existem pelo menos 12 subespécies e talvez algumas delas ainda sejam separadas em espécies distintas. Como se não bastasse ainda há uma outra espécie, na verdade um grupo de subespécies que têm sido elevadas a espécies, que é o das chocas-pintalgadas (Thamnophilus punctatus), muito parecidas com as chocas-barradas, mas tendendo a apresentar uma coroa mais negra e as manchas das asas e da cauda mais definidas. Há dimorfismo sexual,sendo o macho cinza e a fêmea parda. Uma característica que distingue esta espécie de outras chocas é a falta de pintas ou barras escuras ou de manchas pardas no macho.
Provavelmente a choca mais comum das bordas de mata do Brasil não-amazônico, a choca-da-mata é na verdade um complexo de subespécies que compreende algumas populações provavelmente merecedoras do status de espécie, seja pela coloração, pelo isolamento geográfico ou pela vocalização, como é o caso da subespécie do nordeste (Thamnophilus caerulescens cearensis), com vocalização claramente distinta das populações ao sul.
É uma espécie encontrada geralmente aos casais nos estratos médios e inferiores de florestas secundárias, nas matas de galeria e bordas de matas densas pulando por entre as ramagens, trepadeiras e cipós. Aparentemente vem ganhando espaço nas regiões urbanizadas mais arborizadas como parques e pomares.
Assim como outras chocas alimenta-se basicamente de insetos que captura ao inspecionar as folhas e os caules de trepadeiras, mas também pode incluir pequenos frutos em sua dieta.
Na região sudeste sua vocalização consiste em um canto que lembra algo como “au”, repetido cerca de 6 vezes consecutivas. Existe uma vocalização mais aguda e menos intensa, um piado curto que o casal emite enquanto se desloca, como se fosse uma conversa entre os dois.
O ninho é uma pequena tigela feita a base de gravetos sobre uma forquilha de árvore ou nas ramagens de trepadeiras. O casal se reveza na construção do ninho e alimentação dos filhotes, que costumam ser dois, mas já foram relatados casos em que o macho abandonou o ninho e a fêmea criou os dois filhotes sozinha e com sucesso.