Coleirinho ( Sporophila caerulescens )
- Sent by Rodrigo Girardi Santiago - 05/02/2007
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12cm
Identificação: o gênero Sporophila compreende mais de 25 espécies em nosso país. Estas espécies são conhecidas popularmente como ``papa-capins´´. As fêmeas da maioria destas espécies são pardas e praticamente impossíveis de serem distinguidas. Já os machos apresentam padrões de coloração mais típicos. Dentre os papa-capins existem 3 espécies que se assemelham mais ao coleirinho, o coleira-do-norte (Sporophila americana), que possui um padrão alvinegro mais definido que o coleirinho, destacando-se uma faixa branca que vai quase até a nuca e a ausência de manchas negras na garganta, o bigodinho (Sporophila lineola), que além de ter o padrão alvinegro ainda mais definido que o anterior possui áreas brancas na fronte, nos lados da face (``bigodes´´) e na região do uropígio (base superior da cauda), e por último existe o coleirinho-do-nordeste (Sporophila albogularis), este sim, muito parecido com o coleirinho, porém sem a mancha negra na base inferior do bico.
É a espécie mais popular do grupo dos papa-capins, sendo também a mais abundante na maioria dos locais onde ocorre. O coleirinho é também uma das aves nativas mais comumente criadas em cativeiro e conseqüentemente uma das espécies mais capturadas por alçapões e outras armadilhas.
Atualmente há grupos sérios de criadores de aves que estão se articulando para por fim à prática de captura desta e de outras aves canoras e há inclusive dispositivos legais obrigando o anilhamento como forma de certificação de espécimes nascidos em cativeiro.
Na natureza é uma ave de comportamento gregário, vivendo em grupos de 6 a 20 indivíduos, inclusive as vezes formando grupos mistos com outras espécies de papa-capins. O peso e tamanho reduzidos permitem a esta ave alcançar as sementes de gramíneas trepando pela haste das plantas. Assim como outras aves o coleirinho foi beneficiado pela introdução de algumas gramíneas africanas, especialmente da braquiária, que parece ser a base de sua alimentação em áreas alteradas pelo homem.
O ninho, feito à base de gramíneas e outras fibras vegetais é construído em forma de tigela rasa sobre arbustos a poucos metros do solo. A fêmea põe geralmente 2 ovos, que são incubados por cerca de duas semanas. Os filhotes abandonam o ninho após mais duas semanas e atingem a maturidade sexual logo no primeiro ano de vida. O casal pode procriar até 4 vezes ao ano quando em cativeiro.
As populações mais meridionais são migratórias e deslocam-se para latitudes mais baixas nos meses mais frios. Tenho observado que nos últimos anos há uma população remanescente no estado, mesmo em pleno inverno, o que pode ser conseqüência (ou evidência!) das mudanças climáticas que vem afetando nosso mundo nas últimas décadas.