FUNGOS CONIDIAIS ASSOCIADOS A FOLHAS EM DECOMPOSIÇÃO DE Clusia melchiori Gleason e C. nemorosa G. Mey EM FRAGMENTO DE MATA ATLÂNTICA, BAHIA, BRASIL
- Enviado por Flavia Barbosa - 31/08/2008
- 5.307 visitas
- 33 downloads
- 0 comentários
Os fungos conidiais constituem um grupo diversificado, com cerca de 15.945 espécies.
Contudo, pesquisas taxonômicas sobre esses fungos no Brasil permanecem escassas e
pontuais abordando, sobretudo, os decompositores de substratos vegetais. A Serra da
Jibóia, fragmento de Mata Atlântica inserido na Caatinga do Estado da Bahia, foi
selecionada como prioritária para conservação da biodiversidade. Visando contribuir
para o conhecimento dos fungos conidiais na área, folhas em decomposição de três
indivíduos de Clusia nemorosa, e C. melchiori foram coletadas bimestralmente de
outubro/2005 a junho/2006. No laboratório, as folhas foram lavadas, colocadas em
câmara-úmida e os fungos identificados em nível de espécie. Lâminas semipermanentes
e o material herborizado foram tombados nos Herbários HUEFS e URM.
Foram identificados 01 representante dos Coelomycetes e 78 Hyphomycetes, dos quais
12 constituem novos registros para o país: Anungitea globosa, Beltraniella amoena,
Dactylaria belliana, D. ficusicola, Dictyosporium bulbosum, Flosculomyces
floridaensis, Guedea novae-zelandiae, Gyrothrix magica, Idriella setiformis, Kylindria
pluriseptata, Pleurophragmium varieseptatum e Selenodriella fertilis e sete para a
Bahia: Beltrania querna, Clonostachys compactiuscula, Dictyosporium elegans,
Gyrothrix verticiclada, Pseudobotrytis terrestris, Sporendocladia bactrospora e
Stachybotrys parvispora. Associados às folhas de C. melchiori e C. nemorosa foram
registrados 69 e 44 táxons, respectivamente, com a similaridade de fungos entre as duas
espécies alcançando 60%. A maioria das espécies identificadas apresentou freqüência
esporádica e constância acidental. Os dados revelam a riqueza de fungos conidiais no
substrato estudado e contribuem para ampliação do conhecimento sobre a micota da
Mata Atlântica.